História

L’armée du Portugal ou o desconcerto de um exército: preparação e concretização de uma expedição a Portugal

Cristina Clímaco

A campanha que tão auspiciosamente se inicia no Verão de 1810 com a tomada de Ciudad Rodrigo e de Almeida, que caiem respectivamente a 10 de Julho e 28 de Agosto de 1810, perderá o seu brilhantismo à medida que o exército se embrenha em Portugal. As dificuldades de penetrar e subsistir num país que se preparou para receber o invasor teriam, eventualmente, sido vencidas pelas tropas napoleónicas se a dinâmica de guerra estivesse ainda no seu auge. A marcha até Lisboa torna mais visíveis os problemas e a insatisfação que já se faziam sentir em Espanha no seio do exército francês, e que começavam a emperrar a máquina de guerra na Península, decorrentes do atolar da guerra peninsular e da lassitude relativamente a uma situação permanente de guerra que vinha desde a República. Em 1810, o cansaço da guerra começava a fazer-se sentir e a motivação da luta tinha evoluído: à glória da Nação os generais do Império acabam por sobrepor a pessoal . O desabafo do general Marchand, anterior à 3° invasão, expressa claramente o sentimento dos franceses, e em particular, dos soldados, em relação à Guerra Peninsular: Não há um único francês que, do fundo do coração, não quisesse acabar com ela. Pela minha parte, parece-me que se tivesse na mão uma mecha para a fazer desaparecer de repente, ela não existiria nem mais um minuto . Assim, importa identificar os problemas já existentes em Espanha e que em Portugal, dadas as condições particulares da expedição, se agudizarão quando o exército se encontrará frente às Linhas de Torres Vedras.

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